Truth is boring.

E entramos 2016 com uma coisa linda chamada Sherlock!

Tudo bem que a quarta temporada só vai começar no ano que vem, e teremos que sofrer enquanto isso, mas estávamos com saudade, e é sempre bom ver Holmes (os dois), Watson e Moriarty sendo…. Moriarty.

Caso você não tenho assistido esse episódio, daqui em diante temos MUITOS SPOILERS !

Quero começar falando que ver Sherlock na forma antiga foi muito, mas MUITO legal. Ou melhor, na forma original. E basicamente mostra um resumo do que já vimos deles, como se conhecem, e vão morar juntos. O que vão mostrando ao longo de alguns episódios, foi resumido em alguns minutos para se focar na trama desse episódio de natal.

Claro que estamos dentro da mente do Sherlock, em seu paraíso mental, desvendando um caso que, em tese, foi arquivado sem descobrir o que realmente aconteceu. Sendo que na verdade foi a mulherada mostrando sua força, e como o próprio Mycroft falou, não tem como vencê-las.

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Apesar que rolou uma polêmica absurda em relação ao episódio exatamente por isso. Por alguns instantes, pensamos que pode ser um episódio que aborda o feminismo, e em como as mulheres daquela época se juntaram para uma causa nobre, que é o direito ao voto. Mas no final do episódio percebemos que não é apenas isso. Existe a causa nobre onde as mulheres se juntam para lutar pelos seus direitos, e uma defendendo a outra, mas não é apenas isso, e além de rolar um mansplaining* básico, o grupo chega a ser comparado com Klu Klux Klan, principalmente com aquelas roupas. E pior ainda, na mente do Sherlock, parece que aquela mulherada tem como um líder um homem! Como assim Moffat?!

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Antes que venham jogar pedras e dizer que estou pagando de feminista vitimizada, dá uma olhadinha nas críticas, resenhas, tanto de mulheres quanto de homens sobre episódio. Claro, alguns amaram o restante do episódio, outros nem tanto, mas o maior alvo de crítica foi sobre isso.

Uma das coisas que também me chamou atenção, e eu vi que rolou um consenso é que, como a história se passa na mente do Sherlock, além dele ser mais prepotente (leia-se irritante) do que ele é normalmente – e amamos isso nele – as pessoas estão mais burras, segundo o ponto de vista dele. Sem contar que eu já acostumei com o Sherlock moderno do Benedict, e acho que combina mais com ele do que o Sherlock na época em que Sir Arthur Conan Doyle o lançou.

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Sei que vocês não vão acreditar em mim depois de tudo isso que eu falei, mas eu adorei o episódio. De verdade. Apesar da crítica, como eu disse anteriormente, adorei ver Sherlock na sua forma original/vitoriana. Não sei se foi pela ansiedade (sabe quando você tá com muita fome, e quando come, aquilo parece mais gostoso que o normal?), ou por ter sido surpreendida, já que todo mundo achava que seria um episódio solto, apenas um especial. Na verdade, é um gancho muito importante para a quarta temporada (2016 mal começou e já to ansiosa para 2017).

Como sempre, não estou aqui para apontar as coisas óbvias do episódio, já que se você está lendo está resenha, você assistiu e entendeu tudo que aconteceu.

  • Fomos enganados duas vezes pelo Inception do Sherlock: check
  • Moriarty está morto, mas tem muita coisa ainda envolvendo ele: check
  • Sherlock e seu problema com drogas, tanto na época atual quanto na vitoriana: check

Agora vamos aos detalhes que eu adorei e outros que podem ter passado despercebidos por vocês (não estão na ordem que foram aparecendo no episódio porque eu sou preguiçosa para organizar tudo).

  • Ver Watson tentando falar em língua de sinais me lembrou muito o Doutor tentando falar também em Under the Lake. Pelo menos o Doutor foi mais gentil nos erros dele.

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  • Na cena em que o Mycroft guarda a lista rasgada do Sherlock, ele tem um pequeno caderno com várias anotações que parecem ser sobre Sherlock, e a que aparece em destaque é o nome Redbeard, o cachorro de infância deles.

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  • Mycroft obeso, que foi muito divertido de ver, é uma referência ao Mycroft do livro, onde Sir Doyle se refere à ele como um homem de corpo enorme – de uma maneira repugnante – e pesado.

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  • Quando Sherlock fala “Meu Boswell está aprendendo”, ele se refere à James Boswell, famoso biógrafo de Samuel Johnson.

James Boswell, the biographer of writer Samuel Johnson

  • Watson fala que teve que deixar o bigode crescer para que todo mundo o reconhecesse, por culpa do ilustrador. Ele se refere à essa ilustração, feita por Sidney Paget, famoso pelas ilustrações originas das histórias de Holmes.

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  • Strand Magazine, onde Watson diz publicar sua histórias, era uma revista onde Doyle publicou algumas histórias e contos de Sherlock Holmes.

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  • Apesar de “Elementar meu caro Watson” não ser uma frase original dos livros, e sim de algumas adaptações produzidas ao longo dos anos, ela é usada no final quando Sherlock se joga. E eu achando que ela nunca seria usada…

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  • Em “The Memoirs of Sherlock Holmes“, Doyle começa dizendo que Holmes deixava suas cartas não lidas sobre a lareira, empaladas com um canivete.

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  • Para quem não leu, ou apenas não conhece muito das histórias de Sherlock Holmes, a cena em que Holmes e Moriarty brigam no Reichenbach Falls faz parte da história “The Final Problem”. Spoiler: os dois morrem na história. Moffat deu um final feliz para um clássico.

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Agora ficamos aqui sofrendo, esperando por 2017, e colocando outras séries em dia. Recomendo ler as histórias de Sherlock Holmes, vai valer a pena.

*mansplaining: explicar algo para alguém (especialmente para mulher) de uma forma condescendente. No caso desse episódio, Sherlock explicando sobre feminismo para mulheres.

 

 

 

Written By

May

Uma whovian que nunca esquece de levar sua toalha na TARDIS e nunca dispensa uma xícara de chá. Ainda acha que vai encontrar a pergunta fundamental sobre A Vida, o Universo e Tudo o Mais em alguma viagem no tempo ou no espaço.