Longe de ser um filme de gênero infantil, O Pequeno Príncipe de direção do conceituado Mark Osborne (Kung Fu Panda), estreou nos cinemas do Brasil no último dia 20, arrancando da platéia suspiros e até mesmo, algumas lágrimas que escorriam fujonas dos olhos de quem acompanhava a trama.

A história criada por Saint-Exupéry do Príncipe que mora em um asteroide e que se perde no deserto junto à um aviador, é entrelaçada a vida de uma garotinha que tem uma rotina regrada pelas normas de sua mãe, que é uma mulher obsessiva e muito organizada.

Com certeza, Mark Osborne foi muito sábio ao mesclar duas histórias para compor o filme. A vida da menina sofre um abalo quando ela se encontra com o seu vizinho: um senhor de idade que lhe conta a história do Pequeno Príncipe. A fotografia do filme é um prazer à parte, o mundo da garota é representado pelas cores cinza e preto, tudo na vida dela é em forma retangular. Já a casa do vizinho é uma explosão de cores cheia de formas, o que ajuda a demonstrar a diferença entre os dois mundos trabalhados.

Conforme o vizinho conta a história do Pequeno Príncipe à menina, a vida dela vai se modificando e ela começa a acreditar no poder da imaginação, e se permite viver como uma criança comum, longe das regras impostas por sua mãe.  A história da garota e do Pequeno Príncipe vão se completando aos pouquinhos, deixando no ar, um gostinho de quero mais.

Com a trilha sonora de Hans Zimmer e Richard Harvey, a trama ganha ainda mais vida, e para completar, Osborne investe em dois tipos de técnicas para compor o filme: para a garota animação computadorizada e para o Pequeno Príncipe stop motion. Isso tudo ajuda a compreender melhor os dois universos narrados simultaneamente.

Mark Osborne ousou bastante no fim da trama, quando resolve não seguir à risca a obra de Saint-Exupéry, e cria um futuro para o Pequeno Príncipe, idealizando o que teria acontecido com o pequeno e sábio principezinho.

O fim do filme é sem dúvida uma aposta alta de Osborne, e isso deixou muitas pessoas felizes e muitas outras tristes. De qualquer forma, essa releitura de O Pequeno Príncipe se mostrou incrivelmente cativante. Agora, caro leitor, digo-lhe que não posso finalizar o meu relato sem comentar sobre a raposa, personagem que cativou a todos, sem uma única exceção.

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Camila Borges

Jornalista | Assessora de Imprensa | Escritora | Blogueira | Curitibana | (O restante procure no Lattes)