Você sabe quem foi Alice Liddell? A verdadeira Alice do famoso  “País das Maravilhas”?

Como estou terminando o livro “Eu sou Alice”, que retrata a história por trás da história, e nos mostra que de longe, o país das maravilhas não era onde Alice vivia…

Charles Dodgson era o verdadeiro nome de Lewis Carroll, um pseudônimo adotado por esse professor de matemática, filósofo e fotográfo. Sua personalidade era tida como tímida e conservadora. Lewis lecionava matemática no Christ College, em Oxford, onde conheceu Alice Liddell, a filha do reitor.

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Alice com suas irmãs Edith e Lorina

Alice vivia com sua família em Oxford, e sua personalidade era muito diferente da de suas irmãs. Ela gostava de se sentir livre, não aceitava muito bem todas as regras que a sociedade impunha naquela época, e era muito difícil se comportar como uma mocinha.

Sua mãe era autoritária, dentro dos padrões de uma mãe da época, que queria que as filhas de casassem com homens ricos e bem sucedidos, e que fazia de tudo para manter a boa aparência da família.

E foi em meio a esse turbilhão de emoções, que Lewis se aproximou de Alice. Era como se somente ele conseguisse vê-la como ela realmente era, e isso criou um laço entre os dois que até hoje é questionado.

Lewis virou um grande amigo da família Liddell, e costumava levar as meninas para passeios, onde contava muitas histórias, e foi em uma tarde em um passeio de barco, que ele contou a história da pequena Alice.

Alice Liddell

Lewis e Alice possuiram uma relação que até hoje não é muito bem compreendida, devido a falta de documentos que comprovem como se desenrolou essa amizade.
Desse passado sobraram apenas algumas fotos, entre elas a mais famosa, em que o Sr. Dodgson retrata a menina com uma roupa rasgada, pés descalços e da forma em que ela gostaria de ser: livre.

Alice como a “Menina Cigana”

Muito pouco sabe-se sobre o que fez com que Alice e Dodgson se afastassem.  A mãe de Alice determinou uma distância entre os dois, pois muitos boatos a respeito deles corriam por Oxford. E as história de que Lewis era “muito próximo” das crianças, principalmente meninas, afetaram de vez esse relacionamento.

Alice Liddell e Lewis Caroll

O livro surgiu a pedido de Alice, que quis que Lewis escrevesse a história contada naquela tarde, e lhe desse de presente. Esse manuscrito foi chamado  “Alice’s Adventures Underground” (As Aventuras de Alice no Subsolo).

1 – Alice aos 7 anos
2 – Aos 18
3 – Aos 38
4 – Aos 80

Só mais tarde, influenciado por seus amigos, Lewis decidiu publicar o livro e mudou a versão original, aumentando de 18 mil palavras para 35 mil, dobrando o tamanho do livro, e acrescentando novas cenas.

Alice Pleasance Liddell morreu em 1934, e conta-se que a história de “Alice no País das Maravilhas” não facilitou sua vida, e por ser um livro conhecido, muitas pessoas esperavam demais da menina-mulher, que acabava decepcionando por não ser aquela menininha de cabelos dourados que é descrita no livro, e por trazer sempre à tona o escândalo que envolveu ela e o Sr Dodgson.

CURIOSIDADES:

– A tiragem inicial de dois mil exemplares foi removida das prateleiras devido a reclamações do ilustrador sobre a qualidade da impressão
– A história foi traduzida para mais de 125 línguas e só na língua inglesa teve mais de 100 edições
– Em 1998, a primeira impressão do livro (que foi rejeitada) foi leiloada por 1,5 milhão de dólares, tornando-se o livro infantil mais caro já alguma vez comprado. (O recorde anterior foi eclipsado em 2007, quando uma edição limitada do livro de Harry Potter por JK Rowling, foi vendido em leilão por 3,9 milhões de dólares
– As ilustrações originais de John Tenniel, não dão a aparência real de Alice Liddell, que tinha cabelo escuro e uma franja curta. Diz uma lenda que Carroll enviou ao ilustrador uma fotografia de Maria Hilton Tennielowi Babcock, outra amiga do autor
– Há referências matemáricas e a língua francesa no livro
– A nogueira onde aparece o Gato de Cheshire, o gato que sempre a ri, ainda hoje pode ser vista no jardim do Colégio de Deanery
– Na Catedral de Ripon, onde o pai de Lewis exercia funções de reverendo, existe talhada em madeira uma imagem de um grifo que serviu de inspiração para o Grifo amigo da Falsa Tartaruga, grifo que é também o símbolo do “Trinity College”
– Os poemas e os versos que Alice recita, e que parecem não ter sentido nenhum, são sátiras aos poemas que as crianças inglesas daquela época tinham que saber de cor
– Quanto ao poema que Alice descobre no Livro do Espelho, e que só se consegue ler quando está reflectido no espelho porque está escrito ao contrário, foi na realidade escrito pelo sobrinho de Lewis, Stuart Dodgson Collingwood
– Também o dia do Lanche Maluco não é uma data ao acaso mas sim o verdadeiro dia de aniversário de Alice Liddell, 4 de Maio
– A história que o Chapeleiro e a Lebre de Março contam a Alice sobre as três irmãs que vivem num poço de mel – Elsie , Lacie e Tillie – refere-se às três irmãs Liddell, respectivamente, Lorina, Edith e Alice
– A Porta que Alice ordena ao criado Rã que abra, é a caricatura da porta Norman da sacristia da Igreja onde o pai de Lewis Carroll era Reverendo
– O Capítulo sobre o Leão e o Unicórnio é inspirado nos símbolos das bandeiras de Inglaterra e Escócia, respectivamente

DOWNLOADS:

Primeiro capítulo do livro “Eu sou Alice” de Melanie Benjamin
Livro “Eu sou Alice” (Alice I Have Been) completo em inglês
Original de Lewis Carroll com ilustrações (em inglês)
Original de Lewis Carroll com ilustrações (em português)
Through the looking glass (em inglês)

LINKS:

Portifólio de Charles Dodgon (fotografias)
Alice In Wonderland Fan Site
Melanie Bejamin – The World Of Alice

http://www.4shared.com/document/6Aig1Zw5/through-the-looking-glass.html
Written By

Andressa Dreka

28 anos, redatora e social media. Ainda não descobriu a resposta para A Vida o Universo e Tudo o Mais, mas aguarda ansiosamente ela explodir na sua cabeça enquanto se diverte em alguns Restaurantes no Fim do Universo tomando uma boa Dinamite Pangaláctica.