Olá! Meu nome é Luiz Carlos, tenho 19 anos, moro em Dourados – MS, e sou um dos novos colunistas aqui do blog!

Such Wow

Agora é a hora que eu dou uma explicadinha sobre o que escreverei. Bem, proponho posts aleatórios que batizei de Palco (Produção Aleatória de Conteúdo) normalmente com finalidade humorística, mas pode acabar aparecendo qualquer coisa. Num determinado momento estou falando sobre a economia mundial e no outro sobre como nós criamos baratas ninjas (é interessante essa teoria).

Pra começar preparei um estudo. Na gloriosa trilogia de cinco de Adams nos são apresentadas algumas formas de propulsão interessantes, como a improbabilidade infinita, a bistromática e as más notícias (para mais detalhes sobre esses três vá até o final do post).

Então eu pensei bastante e procurei outras possíveis formas de propulsão e é aí que entra o post de hoje. Existem várias outras fontes de energia menos eficientes, mas ainda assim interessantes, que não podem ser usadas. Apresento a vocês três formas alternativas de se locomover pelo espaço e também as razões do seu não uso:

Propulsor MPB

mpb

Para viajar no hiperespaço é preciso uma forma de se guardar e computar uma quantidade imensa de informação. Isso exige um grande fator de complexidade que é diretamente proporcional à quantidade de imprevisão (não confundir com improbabilidade). Para se ter uma ideia, calculo para os posts do Palco um fator de complexidade de 3 mdb (três metros de barata) enquanto alguém em Betelgeuse não pode passar o fim de semana em Antares sem um fator de complexidade superior a 115 kmdb (cento e quinze quilômetros de barata)!

Uma curiosidade história sobre a unidade de medida do fator de complexidade é que ele foi descoberto por um psicólogo ao estudar a razão de tantas pessoas temerem as baratas. É fato conhecido que o ser humano sente desconforto com aquilo que desconhece ou que não consegue prever. Sendo assim, qualquer tendência de observar a movimentação de uma barata pode gerar pânico, afinal, não há nada na Terra mais imprevisível que a trajetória desses animaizinhos. Isso explica metade da razão, a outra metade se divide em nojo, frescura e outras grandezas desinteressantes. Quantificando essa aleatoriedade temos o mdb que é equivalente à trajetória de uma barata ao andar um metro de distância.

A comunidade científica acabou descobrindo no MPB (música popular brasileira) uma fonte promissora de grandes quantidades de fator de complexidade. Uma composição de Djavan, por exemplo, pode ter até aproximadamente 2,41 bilhões de kmdb! Isso é o suficiente para uma frota Vogon percorrer três vezes a distância da rota hiperespacial que agora passa pelo sistema solar.

No entanto, a composição dessas canções segue uma lógica tão indescritível que é extremamente caro produzi-las em laboratório para poder competir com os motores de hiperespaço mais simples. Com o fim da Terra e consequentemente do Brasil, pouco restou para ser usado. No fim é tudo uma questão de mercado, se não puder competir em preço e eficiência, morre como projeto. A seguir, caso você queira fazer alguns testes caseiros, uma estrofe com aproximadamente 2 kmdb.

“Pista à vista no asfalto
Sons em paralelo
Solta a festa, sai do salto
Salta no chinelo
Sol de meio-dia, outro dia, outra vez”

5 a seco – Festa de Rua

Propulsão Preg

preg

Uma outra forma de se conseguir viajar no hiperespaço seria com quantidades grandiosas de alguma coisa. Fenômenos que alcancem uma intensidade tal que podem ser usados como fonte para a locomoção. O método de propulsão Preg (abreviação de preguiça) funcionaria com a absurdamente incisiva vontade de fazer nada de alguns seres do universo. Tal método de propulsão poderia ser quatro vezes mais potente que a média dos Propulsores MPB.

A técnica consiste em propor uma atividade a alguém com elevadas taxas de inergia (umas espécie de antienergia, responsável pelo fenômeno) e, com um captador próprio ligado a um transformador, elevar essa inergia a -1 fazendo com que ela se converta então em energia. Note que nenhuma forma de cálculo complexo é necessária para o processo. Teoricamente qualquer estudante do primeiro ano de engenharia poderia fazer isso.

O problema é que as pessoas para as quais essa tecnologia seria mais conveniente não conseguem terminar o projeto. As que conseguiriam não possuem um nível de inergia suficiente nem para ir até a padaria pegar o pão fresco da manhã. Por essa razão ele foi batizado de Propulsão Preg, em alusão às pessoas que possuem excesso inergético.

Claro que pensaram em usar essas pessoas apenas como combustível e isso foi proposto a elas. Tal proposta gerou níveis gigantescos de inergia e, exatamente por isso, elas ficaram com preguiça de mais para aceitar.

Propulsor Huemático

hue

Na mesma ideia de eventos incontrolados, aleatórios e com altos fatores de complexidades temos a zoeira. Fique tranquilo, não escreverei, sem me explicar ciente do erro, o pleonasmo “a zoeira não tem limites”. E nem precisaria, também, explicar muito seu funcionamento, mas para resumir: é a soma da principal abordagem do Propulsor MPB, pois não há como prever um evento br, com a principal abordagem da Propulsão Preg, afinal, “zoeira não tem limites”.

Mas o seu uso foi descartado por uma razão até bastante semelhante à propulsão movida às más notícias. Acontece que, quando você move algo usando a zoeira, o campo de hue gerado faz com que alguém, dentro de um determinado volume esférico, se sinta sacaneado. Esse volume e a intensidade do campo são diretamente proporcionais à quantidade de massa transportada. Por exemplo, em testes aqui em casa eu transportei uma bola de gude da minha fachada até o ponto de ônibus que fica a uns vinte metros de distância. Lá havia uma criança tomando um Toddynho. Imediatamente junto à chegada da bola de gude o canudinho caiu dentro da caixinha e não preciso dizer que ela se sentiu bastante sacaneada.

Em um segundo teste eu transportei um cubo mágico de um lado a outro do meu quarto mesmo ciente de que eu seria o único dentro do campo de hue. Nada aconteceu. Passei a tarde inteira revendo meus cálculos para entender se haveria possibilidade de não ocorrer um evento br. Cheguei a rever os princípios mais básicos da coisa. Lá pelas oito horas da noite eu resolvi que deveria tomar um banho e continuar meus testes no dia seguinte. Ao entrar embaixo do chuveiro, após uns cinco segundos de água morna ininterrupta veio, do além, aquele pingo gelado. Encerrei meus testes por aí mesmo.


Espero que tenham gostado e até o próximo evento aleatório dessa coluna!

Fiquem com as explicações, de acordo com o guia, do que citei lá no início.


Improbabilidade infinita

“O princípio de gerar pequenas quantidades de improbabilidade finita simplesmente ligando os circuitos lógicos de um Cérebro Subméson Bambleweeny 57 a uma impressora de vetor atômico suspensa num produtor de movimentos brownianos intensos (por exemplo, uma boa xícara de chá quente) já era, naturalmente, bem conhecido ― e tais geradores eram frequentemente usados para quebrar o gelo em festas, fazendo com que todas as moléculas da calcinha da anfitriã se deslocassem 30 centímetros para a direita, de acordo com a Teoria da Indeterminação […]

[…] Então, um dia, um aluno encarregado de varrer o laboratório depois de uma festa particularmente ruim desenvolveu o seguinte raciocínio: se uma tal máquina é praticamente impossível, então logicamente se trata de uma improbabilidade finita. Assim, para criar um gerador desse tipo é só calcular exatamente o quanto ele é improvável, alimentar esta cifra no Gerador de Improbabilidades Finitas, dar-lhe uma xícara de chá pelando… e ligar!

Foi o que fez, e ficou surpreso ao descobrir que havia finalmente conseguido criar o ambicionado Gerador de Improbabilidade Infinita a partir do nada”.

Propulsor Bistromático

 “A Bistromática em si é apenas uma nova e revolucionária forma de entender o comportamento dos números. Assim como Einstein observou que o tempo não era absoluto, mas algo que dependia do movimento de um observador no espaço, e que o espaço não era absoluto, mas dependia do movimento do observador no tempo, hoje sabemos que os números não são absolutos, mas dependem do movimento do observador nos restaurantes.

O primeiro número não-absoluto é o número de pessoas para quem a mesa está reservada. Ele irá variar no decorrer das primeiras três ligações para o restaurante e depois não apresentará nenhuma relação aparente com o número de pessoas que realmente estarão presentes, ou com o número de pessoas que irão se juntar a elas depois do show, partida, festa, filme, ou ainda com o número de pessoas que irão embora ao ver quem mais apareceu por lá.
O segundo número não-absoluto é a hora real de chegada. Este numero é hoje conhecido como um dos mais bizarros conceitos matemáticos, uma reciproversexclusão, um número cuja existência só pode ser definida como sendo qualquer outra coisa diferente de si mesmo. Em outras palavras, a hora real de chegada é o único momento no tempo no qual é impossível que qualquer participante do grupo chegue de fato […]

[…] O terceiro e mais misterioso não-absolutismo de todos diz respeito à relação entre o número de itens na conta, o valor de cada item e o número de pessoas na mesa, assim como quanto cada uma delas está disposta a pagar. (O número de pessoas que trouxeram algum dinheiro é apenas um subfenômeno desse campo)”.

Más notícias

“A história da Galáxia ficou meio confusa por vários motivos: em parte porque aqueles que tentavam acompanhá-la ficaram meio confusos, mas também porque coisas incrivelmente confusas aconteceram de fato. Um dos problemas tem a ver com a velocidade da luz e com as dificuldades encontradas em tentar ultrapassá-la. Não dá. Nada viaja mais rápido do que a velocidade da luz, com exceção talvez das más notícias, que obedecem a leis próprias e especiais. Os Hingefreel de Arkintoofle Menor bem que tentaram construir naves espaciais movidas a más notícias, mas elas não funcionavam particularmente bem e, como eram extremamente mal recebidas sempre que chegavam a algum lugar, não fazia o menor sentido estar lá”.

Written By

Luiz Carlos Lopes Genaro de Oliveira

Clown, Acadêmico de Engenharia de Energia, Diretor de Recursos Humanos e Redator de Nome Grande da Livraria .doc Fundo do HD (L.FH)