A fase de revolta do Red Wedding já passou, pelo menos pra alguns, e agora só nos resta uma memória do nosso Rei do Norte.

Passamos pela fase da negação repetindo mil vezes a cena, xingamos George, xingamos no Facebook e no Twitter. Eu passei por isso também, mas depois dessa fase de raiva passar, comecei a analisar e cheguei a conclusão: o Red Wedding só serviu para concretizar que George R.R. Martin é um dos maiores autores do século.

Estamos acostumados a heróis que passam por todo tipo de problema, os mais impossíveis, e conseguem dar a volta por cima. Vai dizer que você nunca reclamou de uma série/filme onde o herói está cercado por milhares de inimigos e você sabe que ele vai vencer mesmo antes de começar a lutar? Menos Jackie Chan, claro. Chega uma hora que fica chato, apesar de não nos incomodarmos com isso por estarmos muito acostumados. É um clichê que nós já esperamos. Então chega alguém e mata os personagens mais cativantes de uma série! Inadmissível! Improvável! Inacreditável? Pode isso, Arnaldo?

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E é aí que George se destaca. Alguém cria um mundo fantasioso, com zumbis de gelo, gigantes, dragões, bruxos entre outros seres fantásticos e puxa esse mundo o mais próximo da realidade possível. Estou lendo o livro “Por Dentro da Série da HBO – Game of Thrones” e a entrevista com os roteiristas tem uma frase que resume muito bem toda a série: “Ficamos apaixonados pela brutalidade da narrativa: ninguém está a salvo. O bem não triunfa sobre o mal. Pessoas terríveis têm traços simpáticos, e pessoas adoráveis têm traços repugnantes.”.

George chega para nos mostrar aquilo que não esperamos, de não sabermos o que acontecerá na próxima página. E isso é genial. É o diferencial que faz com que seus livros sejam tão únicos e a série, consequentemente, tenha se destacado tanto.

No fundo nós amamos reviravoltas, finais inesperados e tudo que nos surpreenda. Por isso amamos odiar esse velhinho de boina e óculos hipster.

Para terminar, um vídeo do George vendo algumas reações do Red Wedding.

 

Written By

Laïs Roxo

Publicitária e pesquisadora acadêmica, sempre com um livro, uma palheta e uma toalha na bolsa. Gamer assumida, gostaria de ter mais do que 24 horas no seu dia, ou uma máquina que pudesse viajar no tempo e dimensões relativas no espaço.