Thin Ice – Resenha
- O que faz dela sônica?
- Ela faz barulho.
Um episódio cheio de: easter eggs, referências, cutucadas, e Capaldão e sua melhor forma como Doutor.
Aliás, o que mais está acontecendo nessa temporada são as referências, e estamos apenas no terceiro episódio.
Claramente – saudades Clara – assim que o episódio começou, me veio a mente The Beast Below, segundo episódio com a Amy. A maior diferença nessa situação é que a Amy tinha mais compaixão que a Bill, apesar que também teríamos medo da criatura naquela situação, mas como sempre quem teve que tomar a decisão nesse momento foi a companion. E o Doutor usando a desculpa de que a Terra é o lar dela, então ele não pode tomar essa decisão.
Desculpa amigo, mas em outros planetas você fez a mesma coisa, então não se faça de desentendido. Obrigada, de nada.
Nesse terceiro episódio, eu percebi o quanto estou gostando da dupla Capaldi+Mackie, o que também me fez perceber o quanto ficarei triste.
Tanto nos momentos cômicos quanto nos mais tristes – e reflexivos – eu vi uma interação natural entre eles, diferente do que aconteceu logo após a regeneração Smith/Capaldi. Claro que são situações diferentes, mas esse é um Doutor que, entre os atuais se mostrou o mais distante. Ou pelo menos o que tenta ser mais distante.
Claro que sem sucesso. Ele diz não ter tempo de sofrer pelos que se vão, oque é verdade, mas não quer dizer que ele não esteja sentindo nada. E depois de 34278454975107 temporadas, já vimos o quanto ele sofre, e COMO A GENTE SOFRE JUNTO.
E para melhorar, a Bill é diferente, todo seu questionamento, e seus interesses específicos, como “onde está o volante da TARDIS” e “por que ela é sônica?” E outras perguntas que não lembramos de ter visto outra companion fazer.
Para os desavisados, a cena do elefante no Rio Tâmisa é real. Ta, não é REAL NA SÉRIE, mas isso realmente aconteceu. Acho que mesmo que isso aconteça hoje em dia, as pessoas não se sentiriam tão seguras assim de andar por cima de um rio congelado. Principalmente junto com um elefante.
Outra referência que pescamos nesse episódio é o fato dele citar como já esteve lá antes. Já pensou se de fundo aparece o 11º Doutor e a River? Seria meu sonho?
Mas com certeza o maior destaque desse episódio foi o destaque ao comportamento humano. Ou o quanto o comportamento humano pode ser péssimo. Pode ser não, ele é.
Não que o comportamento do Doutor é sempre impecável, sabemos que não, mas para um ser que convive com tantas raças diferentes e há tantos MIL anos, que fazer distinção entre eles não seria do seu feitio.
Crítica bem feita pela Sarah Dollard. Aliás, além de ser uma roteirista de apenas 37 anos, Sarah também escreveu o episódio Face The Raven, e escreveu para as séries Being Human e As Aventuras de Merlin. Já posso falar que ela é UM MULHERÃO DA PORRA?
Curiosidades:
Thin Ice foi o título de uma história originalmente proposta para a temporada 27, a temporada de 1990 de Doctor Who, mas acabou que ela nem chegou a ser produzida por causa do hiato indefinido da série. A história destinava-se a marcar a partida da personagem Ace, interpretada pela Sophie Aldred, e teria o Doutor do Sylvester McCoy enfrentando os Ice Warriors, que tinham sido vistos pela última vez em 1974, no episódio The Monster Of Peladon. A ideia acabou sendo desenvolvida em um audiodrama chamado Lost Stories, para o Big Finish em 2011, enquanto o Ice Warriors teriam que esperar até 2013 para o seu retorno em Cold War, do Mark Gatiss.
Esta também não é a primeira criatura a ser encontrada dentro do Tâmisa: Essa honra vai a um Dalek encontrado pelo primeiro Doutor e os amigos em 1964, no episódio The Dalek Invasion Of Earth. Outras menções notáveis incluem o Skarasen – também conhecido como o Monstro do Lago Ness – que estava embaixo da Escócia em Terror Of The Zygons, de 1975, e a Imperatriz do Racnoss, que se “instalou” sob a barreira de inundação do Tamisa em 2006 no episódio The Runaway Bride.
E Doutor, que você é ladrão a gente sabe faz tempo, né?
Existem muito mais referências que podemos encontrar nesse episódio, principalmente assistindo mais de uma vez. Confesso que não sei se isso é bom ou ruim, talvez seja uma boa maneira de tanto Moffat quanto Capaldi se despedirem da série. Mas estou gostando muito dessa décima temporada, e que, mesmo sofrida, a despedida do Capaldi seja épica.
Ouviram as batidas? Será que é o Mestre o que tem dentro daquele cofre?
E Nardole, aceito chá com café.
E no próximo episódio… mais um episódio de terror. Será?
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