As Seis Thatchers – Resenha

I never guess.

E depois de 3 anos sem temporada e 1 do especial, matamos a saudade de Holmes, Watson e Mary. Que Deus a tenha.

E mais uma vez a espera foi válida, e essa uma hora e meia poderia ter durado três que eu não iria reclamar.

Enquanto Sherlock ainda lida por ter Moriarty em sua mente, várias coisas estão acontecendo ao mesmo tempo. E qualquer caso um pouco mais interessante para ele já demonstrava que Moriarty estava envolvido. Ledo engano. Ou não.

Pelo menos não foi esse o foco do episódio – ou é o que eles querem que a gente acredite.

A loucura inicial do Sherlock quando eles estão encobrindo a culpa dele no assassinato foi algo que me fez lembrar porque eu senti tanta falta dele. E queria ter essa facilidade de ficar feliz ao ponto de parecer drogado mas será que ele não estava?.

Uma das grandes sacadas de Sherlock é que, como ficamos muito tempo esperando por uma temporada nova, ter alguns detalhes lembrados durante o episódio é sempre muito válido. Seja mostrando uma cena como flashback, ou sendo citada pelos personagens.

Mais uma vez vemos um caso que na verdade não é o caso principal. Começa pelo garoto que estava escondido no carro, para as estátuas da primeira ministra e acabamos voltando ao passado de Mary.

Apesar de ser muito inteligente e saber disso, e principalmente notar coisas que ninguém mais percebe, Sherlock deixa escapar detalhes quando é para lidar com pessoas próximas à ele – aquela mesma história de que sentimentos e afeição atrapalham qualquer ser humano.

Apesar de nos distrairmos bastante  – junto com Sherlock – de que Moriarty está por trás de todos os crimes e joguinhos que aparecem, esse realmente era um caso em que Holmes não estava envolvido de forma alguma, além, é claro, da amizade e o carinho que ele tem pela Mary.

Duas informações importantes para quem não leu o livro:

– No livro, o título é The Adventure of the Six Napoleons

– A morte da Mary nunca foi confirmada no livro, o que dá a entender que ela morreu é o fato de Watson comentar sobre sua “grande perda”. Não foi confirmada mas está implícito, podemos dizer. Mas Moffat não poderia perder a oportunidade de mostrar a morte de um personagem, não é verdade?

Continuando…

Essa abertura de temporada foi para mostrar, principalmente – e ao meu ver – os relacionamentos dos personagens. Em relação ao Sherlock, no começo, os seus aparentam ser inexistentes enquanto ele resolve casos pelo celular não muito diferente das relações de hoje em dia.

E mesmo que ele se mostre distante, Mary e John o escolheram como padrinho de sua filha. Apesar dele parecer distante, eles sabem que podem confiar nele

A relação de Sherlock com a criança (que cena linda), com o irmão – que parece ter tanto desenvoltura com crianças quanto Sherlock – e com seus amigos. Mas não só ele, mostra John em conflito interno com seu pequeno affair (que eu juro que fiquei aguardando o Sherlock descobrir ou desconfiar em algum momento) e a preocupação falha de Mary em protegê-los fazendo com que ela se afastasse dele para resolver o problema. Foi um episódio emotivo de várias maneiras possíveis.

Aliás, esse parece ser o próximo vilão (e ela a filha dele). Ainda não confirmado…mas veremos!

Uma coisa que eu me questionei foi: ela realmente acreditava que estava sendo procurada apenas por ser a “família” dela? Ou ela imaginou que seria morta e tentou protegê-los? Porque, como vimos, ela não sabia da traição, e ficou tão surpresa quanto nós depois de descobrir tudo que aconteceu. Foi um caso, ou melhor, um problema a ser resolvido que na verdade era o menos importante na história toda. Mas pelo menos descobrimos o culpa e é sempre o mordomo a pessoa calada que não chama a atenção.

E mais uma vez as atitudes de Sherlock são julgadas, mas agora custando uma vida. A pessoa que ele jurou proteger foi exatamente a que salvou sua vida. Podemos até ter raiva por John não querer Sherlock por perto nesse momento – eu confesso que tenho e espero que esse briga acabe logo – mas foi aquele momento em que SHERLOCK DEVERIA TER FICADO CALADO. Mas ele não perde a oportunidade de se exibir, não é mesmo? Por sinal, foi a própria Mary que pediu para ele parar. Ela já esperava por isso.

Para mim… já pode ser considerado um dos melhores episódios da série. Ótima abertura de temporada.

Será que ele consegue resolver esse caso?

“Eu deleto qualquer mensagem que comece com ‘oi.’” Confesso que eu sempre tenho vontade de fazer isso.

Teorias… será Hell um local, algo que ele tenha que resolver? (Cena pós créditos)

P.S.: Seria esse o terceiro irmão Holmes?