Before the Flood – Resenha
Tá permitido a segunda parte do episódio ser ainda mais instigante que a primeira?
Ainda bem que esse episódio superou as expectativas e foi melhor do que imaginávamos. Não foi apenas um episódio para explicar o que aconteceu na primeira parte, com uma lição de moral depois de tudo. Foi bem mais que isso. Obrigada mais uma vez Toby.
Vamos começar com Bootstrap Paradox. Esse termo surgiu no livro By His Bootstraps, escrito por Robert A. Heinlein, e o livro trata basicamente dos vários tipos de paradoxos que podem ocorrer com a viagem no tempo.
O bootstrap paradox , que também pode ser chamado de time loop, ocorre quando um evento no futuro é a causa de um evento no passado, que é a causa de um evento no futuro.
AI MEU DEUS, VOCÊ ME DEIXOU MAIS CONFUSO, COMOFAS/
Calma… tia explica melhor. Um exemplo: um escritor volta no tempo para entregar a ele mesmo, quando jovem, os rascunhos escritos para serem publicados no passado. Assim no futuro ele terá muito sucesso.
Mas nesse futuro, ele vai lembrar de ter recebido os rascunhos, e vai voltar no tempo para entregá-los… e assim por diante.
Usando o exemplo do Doutor, é simples. Ele tem em mãos as partituras de Beethoven, e ele volta no tempo para conhecê-lo, mas descobre que ele não existe (no caso o compositor, e não a pessoa), então ele entrega as partituras para Beethoven assinar, e elas serem lançadas.
Então, o que torna o bootstrap paradox tão instigante é: quem compôs a 5ª Sinfonia de Beethoven? Quem escreveu os rascunhos para serem publicados?
O objeto fica preso num loop temporal, sem saber ao certo quem iniciou aquilo, já que alguém no futuro levou isso para o passado , para que o futuro não mudasse. Um consequência do outro.
Doctor: So there’s this man. He has a time machine. Up and down history he goes, zip zip zip zip zip. Getting into scrapes. Another thing he has is a passion for the works of Ludwig van Beethoven. And one day he thinks, What good is having a time machine if you don’t meet your heroes? So off he goes, to 18th century Germany. But he can’t find Beethoven anywhere. No one’s heard of him, not even his family. They don’t have any idea who the time traveler is talking about. Beethoven literally doesn’t exist. This didn’t happen, by the way. I’ve met Beethoven. Nice chap. Very intense. Loved to arm wrestle. No, this is called The Bootstrap Paradox. Google it.
The time traveler panics. He can’t bear the thought of a world without the music of Beethoven. Luckily, he brought all of his Beethoven sheet music for Ludwig to sign. So he copies out all the concertos, and the symphonies, and he gets them published. He becomes Beethoven. And history continues with barely a feather ruffled. My question is this. Who puts those notes and phrases together? Who really composed Beethoven’s Fifth?
(Caso você ainda não tenha entendido, ou achou legal e quer conversar mais sobre isso, me chama no Twitter.)
Então, basicamente, temos essa explicação do bootstrap paradox para mostrar que, tudo que aconteceu, foi o Doutor que causou. A inundação, o “fantasma” dele… ele voltou no tempo, e o “fantasma” no futuro deu as dicas de tudo que precisava para fazê-lo tomar uma atitude e conseguir parar os fantasmas e o Fisher King. A informação está presa no loop temporal.
E sobre o Fisher King… ele foi dublado por duas pessoas diferentes: Corey Taylor fez todos os berros (parece pouco, mas imagina pra ele sendo fã da série fazer isso), e a voz feita por Peter Serafinowicz, também conhecido como Darth Maul, da saga Star Wars.
Corey Taylor mostrando que é whovian é a coisa mais legal de se ver! Mais legal ainda é descobrir que o Fisher King é alto de verdade. Por sinal, o britânico mais alto.
Gostaria de relembrar uma das melhores cenas… se não A MELHOR.
Uma coisa que eu comentei na resenha anterior, e que se comprovou nessa segunda parte: Lunn estava a salvo porque não entrou na nave e as inscrições não estavam na mente dele. E algo que eu já desconfiava e vimos no final do episódio, o amor entre ele e a Cass (melhor personagem).
Um minuto de silêncio para a personagem que tem os mesmos sentimentos que nós whovians. E que poderia ser uma ótima companion.
Agora… LAST BUT NOT LEAST.
Sobre o Doutor falar com a câmera. Isso é chamado de Quarta Parede. Ou melhor, nesse caso, a quarta parede foi quebrada.
Explicando o que é a quarta parede: ela é uma parede imaginária que existe entre o público e os personagens, onde o público assiste a ação dos personagens passivamente.
A quebra acontece quando o personagem tem consciência de que o público está lá, então acaba puxando conversa com ela, ou melhor, um monólogo. E nesse episódio isso acontece no começo e no final, quando o Doutor vai se referir ao bootstrap paradox. Por sinal, não acharemos ruim se isso acontecer mais vezes. Principalmente se o Doutor estiver tocando guitarra de novo.
Mas não é a primeira vez que isso acontece na série.
Tivemos a a quebra da Quarta Parede com os Doutores da série clássica.
O primeiro Doutor desejando Feliz natal em The Dalek’s Master Plan (um dos episódios perdidos que foi reconstruído com imagens).
Quarto Doutor em The Invasion of Time (vídeo do canal Universo Who)
Na cena da regeneração do quinto para o sexto Doutor.
“Mudança, minha cara. E parece que chegou cedo demais.”
Doctor: Here’s the thing – the messages my ghost gave, they weren’t for you. They were for me. Every single one after you was random. But you being the next name, that’s what made me confront the Fisher King.
Clara: And saying “the chamber will open”?
Doctor: That was me, telling me to to get inside and when to set it for.
Clara: Smart.
Doctor: Except that’s not why I said them. I programmed my ghost to say them because that’s what my ghost had said. And the only reason I created my ghost hologram in the first place was because I saw it here. I was reverse engineering the narrative.
Clara: OK, that’s still pretty smart.
Doctor: You do not understand. When did I first have those ideas?
Clara: But it must have been… while we’re…
Doctor: Exactly. Who composed Beethoven’s Fifth?
Até a próxima com: The Girl Who Died
[…] esse paradoxo, você também pode ver um pouco na resenha do episódio de Doctor Who Before the Flood. Mas se você não assiste a série, ou não chegou nesse episódio ainda, não vamos correr o […]