Ah meu Deus, acho que estou apaixonada por esse jovem escritor. De todos os Talentos Brasileiros que desvendamos país à fora, Vinícius Grossos me traz algo único e especial. Algo como a sensação de comer um algodão doce cor de rosa numa tarde ensolarada de parque. Sua energia pode ser igualada a da paz e a minha vontade é de gritar: Caro Mochileiro, pegue sua toalha e delicie-se com a história abaixo:

Meu nome é Vinícius, tenho 24 anos, sou carioca e atualmente moro em Juiz de Fora, Minas Gerais, onde estudo jornalismo na UFJF. Adoro dias nublados e café. Até o momento, tenho 4 livros publicados. Um independente, o primeiro, que se chama Sereia Negra, e mais três com a Faro Editorial: O garoto quase-atropelado, 1+1 – a matemática do amor e O verão em que tudo mudou. É engraçado comentar sobre como começou minha paixão pela literatura, porque eu sempre fui uma criança muito ligada à leitura. Desde pequeno, eu preferia receber gibis do que brinquedos ou coisas do tipo. Com uns oito, nove anos, eu já dizia para todos que queria trabalhar com histórias em quadrinhos. Mas, na verdade, eu era um péssimo desenhista. O que eu gostava mesmo era de criar histórias. Com essa percepção, aos dezessete anos, comecei a escrever e não parei mais. Meu processo de escrita na verdade não tem nada de interessante. É bem insano, na verdade. Eu sou uma pessoa organizada, mas na hora de criar, não consigo seguir um roteiro. Não consigo mesmo. Eu já tentei, e simplesmente odiei cada linha do que criei.

Então me rendi. Hoje em dia, quando tenho uma ideia, uma premissa, se eu sentir que vale a pena, eu simplesmente sento e escrevo. As personagens ganham vida. A história se desenvolve. E quando percebo, já tenho um livro escrito. Sobre o 1+1, bem, foi uma experiência interessante. Eu e o Augusto Alvarenga aprendemos demais um com o outro. Para fazer o livro ganhar vida, nós dois tivemos que abrir mão de muitas coisas que pensamos e queríamos para o livro. Mas no final, o resultado agradou a ambos. Então, em “1+1” temos dois protagonistas. Basicamente eu narro um, o Augusto outro, e o livro acontece com capítulos intercalados. E quando decidimos falar sobre dois meninos gays, o que eu mais queria era mostrar como parecidos todos nós somos, sabe? Somos todos humanos, e sentimos e amamos da mesma maneira.

Já Com O VERÃO EM QUE TUDO MUDOU, foi uma experiência diferente. Porque eu tive mais liberdade para criar minha história e, depois, junto com as meninas, criamos uma conexão. Sobre Sereia Negra e O Garoto quase-atropelado… Com Sereia Negra, eu misturei conceitos sociais com mitologia, fantasia. O livro fala de racismo e da descoberta e beleza da auto aceitação. E digamos que a grande dificuldade foi o trabalho de pesquisar e mesclar os dois conceitos. Eu queria fazer um livro com uma mensagem e ao mesmo tempo que tivesse aquela adrenalina da fantasia.

Já em O Garoto quase-atropelado, desde que sai da casa dos meus pais eu tive muito contato com pessoas de culturas, pensamentos e sentimentos diferentes, opostos dos meus. E como o livro trata da natureza humana, de traumas, de dores, e principalmente de depressão, a maior oficina foi minha própria vivência e observação. E foi um livro muito gostoso de escrever, que ao mesmo tempo me demandou muita energia e entrega. Tinha momentos que eu caia em lágrimas, mas sabia que era preciso. Um super-poder? aaaaaaa, que difícil! Eu queria tanta coisa… mas hoje, eu acho que diria: curar os corações das pessoas (inclusive o meu próprio).

Caro Grossos, cura o meu? Por favor? Lhe dou quantas toalhas forem necessárias. Ele anda quebradinho que só. Curar corações de fato é um poder e tanto, porém, quase impossível de alcançar. No entanto, você pode mostrar muitos outros mundos aos seus leitores e isso é quase tão doce e formidável quanto a paz do algodão doce. Até mais e Obrigada pelos Peixes!

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Camila Borges

Jornalista | Assessora de Imprensa | Escritora | Blogueira | Curitibana | (O restante procure no Lattes)