Com apenas 17 anos de idade o paranavaiense, João Paulo Bragato, já é considerado um profissional visionário da área de ilustrações. Ele também participa de um projeto interessante, em que o artista desenha por 365 dias (isso mesmo, todos os dias do ano 🙂 ). Se você tem alguma afinidade com desenhos ou ilustrações…. Não deixe de ler essa entrevista!

1) O que é desenhar para você?
Acredito que desenhar é transmitir uma mensagem, contar histórias. Se tenho algo a dizer eu utilizo o desenho pra passar alguma inspiração. Desenhar faz parte de mim desde muito criança, não pararia por nada!

2)Você utiliza aparelhos tecnológicos para desenhar, por que você escolheu essa modalidade e não o tradicional lápis e papel?
Eu uso o Photoshop e uma mesa digitalizadora, mas eu desenho no papel até hoje claro, é muito bom soltar os traços na folha antes de ir para o computador. Estou me dedicando bastante em arte digital, porque o mercado de trabalho exige isso, pelo menos na área que quero me focar: que é trabalhar com concept art pra animações. Desde já estou estudando muito arte digital, seus conceitos, percepções de luz e cor, etc. Com esse projeto das 365 ilustrações em 1 ano aprendi muita coisa, e me sinto melhor a cada dia!

3)Quando você começou a desenhar?
Comecei a desenhar aos 6 anos (eu acho), fazia desenhos de heróis e personagens de anime.

4)Você acha que todo mundo pode desenhar?
Eu acho que sim, se é isso que você quer fazer, é só se esforçar, todos os dias fazer um desenho, sentar e aprender, mas nessa hora que é importante AMAR desenhar, quando você gosta muito o trabalho até flui melhor, e o desgaste é muito menor!

5)Você tem um modelo montado em sua mente antes de desenhar? Ou eles surgem conforme o trabalho é realizado?
Eu costumo passar um pouco do dia pensando em o que desenhar às vezes algo que aconteceu me faz ter a ideia: como olhar pro por do sol, as árvores, uma música, um filme, isso tudo colabora muito pra mim, já que desenho todos os dias, inspirações aparecem do nada e eu já rabisco no meu caderno. Acho importante rabiscar um pouco antes, pra não se perder na hora que estiver pintando e já ter um caminho a seguir. Mas normalmente quando termino a ilustração do dia, não faço a mínima ideia do que vou desenhar no dia seguinte, e isso me anima ainda mais! 🙂

6)Você acredita que é possível trabalhar com o desenho? É possível fazer do “hobby” uma profissão?
Com certeza, com 15 anos eu desenhava apenas por Hobby, e então surgiu à oportunidade de ilustrar um livro infantil, depois disso as oportunidades foram surgindo e com 17 anos hoje já trabalho em uma agência de comunicação visual aqui na minha cidade!

7)Qual conselho você daria para quem está começando a desenhar?
Muita gente me pede dicas de como fazer isso ou aquilo, sobre alguma composição de cor, luz e sombra, formas, mas eu sempre digo: é preciso ir por partes, não atropelar as etapas da ilustração, o concelho que sempre dou é estudos diários, a melhora é inevitável, além de incentivar a criatividade, ajuda a melhorar tudo.

8)Você acha que a marca dos produtos interfere na qualidade do desenho? Ou isso não é uma regra?
Acho que a marca não interfere nada na qualidade, o que interfere é se a pessoa não estiver confortável com aquele programa ou mesa digitalizadora. O importante é sempre o conforto e segurança, e a certeza que as ideias da sua cabeça vão parar no papel ou na tela do computador. Você apenas precisa achar uma forma de transmitir isso, independente da marca.

9)Conte mais detalhadamente sobre o seu personagem (o robô). Quem ele é e como ele surgiu em sua vida.
Eu sempre gostei de desenhar cenários, e decidi ter um personagem sozinho pra compor, aos poucos eu fui criando histórias pra ele, mostrar que ele tem sentimentos e é um ser contemplativo com a natureza. Nas ilustrações ele sempre busca algo, geralmente ele olha bem para frente, e uma luz, um objetivo compõe e ajuda a transmitir isso no cenário. Quando comecei a desenhar com nanquim (tinta utilizada principalmente para desenhar mangá) gostava de fazer muitos detalhes, e coisas robóticas têm muitos detalhes, foi assim que meu robozinho surgiu, e aos poucos surgiram mais personagens desse mundo, sempre pensando no que quero passar com a ilustração, como o robô que liberta os pássaros, o que liberta os peixes, os que são invulneráveis à água, o que coleciona trovões, os robôs gigantes, ou micro robô.

10)Em sua opinião, é possível ser um bom desenhista/ ilustrador sem técnica, apenas com prática?
Sim, tudo se aprende com prática, você fica mais confortável aos pincéis e suas ideias fluem muito melhor, muitas vezes você sabe a técnica mas acaba surgindo obstáculos porque falta prática naquilo.

 

Para saber mais sobre o trabalho de João Paulo Bragato, acesse a fanpage: Bragato Ilustrações.

Written By

Camila Borges

Jornalista | Assessora de Imprensa | Escritora | Blogueira | Curitibana | (O restante procure no Lattes)